terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

PEDESTRES DESATENTOS MORREM NO TRÂNSITO

Desatenção de pedestres e motoristas dividem a culpa das mortes no trânsito

Por dia, são registrados até cinco atropelamentos, na primeira quinzena deste mês o número de mortes já alcançou o de setembro de 2013

Desatenção de pedestres e motoristas dividem a culpa das mortes no trânsito Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Pedestres se arriscam ao atravessar em locais proibidos como no corredor da João PessoaFoto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Depois de ver o desfile de Sete de Setembro e passear no Parque da Redenção, Fatima dos Santos Costa, 52 anos, perdeu a vida na frente da filha e do sobrinho ao ser atropelada por um ônibus enquanto atravessava _ na faixa de segurança - a Avenida João Pessoa, em direção à parada. Na mesma via, dois dias antes, um homem morreu ao ser atropelado por um caminhão. Ontem à tarde, uma nova ocorrência na João Pessoa: um ônibus atropelou um homem de 29 anos, que foi encaminhado em estado grave para o HPS. 
A série de ocorrências tem aumentado de forma assustadora a lista de atropelamento com vítimas fatais em Porto Alegre. Só nos primeiros 15 dias do mês, foram cinco mortes na Capital, número que já alcançou as ocorrências registradas em todo mês de setembro do ano passado.
Erros de todos os lados
Com o trânsito cada vez mais caótico, quem fica com a culpa? Especialistas ouvidos pelo DG dividem a responsabilidade e relacionam erros de pedestres, motoristas e da sinalização e fiscalização das vias. Um pedestre que atravessa a rua com fone de ouvido pode ser tão perigoso como um motorista desatento, assim como a falta de placas e indicações podem causar confusão tanto para quem dirige quanto para quem caminha.
A falta de atenção, de motoristas e pedestres, é a terceira entre as principais causas dos acidentes com morte na Capital, segundo o coordenador do setor de Educação para o Trânsito da EPTC, Juranês Castro. Perde apenas para o excesso de velocidade e o uso de substâncias psicoativas, como álcool ou drogas.
- Fazemos o mapeamento de todas as vítimas fatais e percebemos que a falta de atenção na utilização da via pública é um fator de risco - afirma Juranês.
Até agora, 40 óbitos no ano
Dados da EPTC apontam que 2013 fechou com 49 mortes por atropelamento. Este ano, já foram 40 óbitos. Se levar em conta os últimos 12 meses, foram 48. O avanço na mortalidade de pedestres virou uma das principais preocupações das autoridades de trânsito, seguido dos acidentes fatais com motociclistas. Tanto que este será o foco central do debate da Semana Nacional do Trânsito, que começa amanhã e vai até 25 de setembro.
- O atropelamento é um dos que mais preocupa porque realmente tem alta possibilidade de morte - considera o presidente da EPTC, Vanderlei Capellari.
Responsabilidade dividida
PEDESTRE
Desatenção e pressa fazem parte da parcela de culpa dos pedestres. A ânsia de atravessar fora da faixa para ganhar um minuto pode custar a vida. Andar com fone de ouvido, falando ou teclando no celular faz com que o pedestre perca parte da noção do que está ocorrendo ao seu redor. Há casos em que o pedestre ignora os elementos de segurança como faixa de segurança e sinaleira.

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